A terceira geração do iPad está entre nós, e, após comparar suas especificações, chegou a hora de nós testarmos o aparelho contra alguns de seus principais rivais Android. Apesar de nossos testes de bateria ainda não estarem finalizados, já é possível ter uma imagem mais clara do novo aparelho da Apple. Colocando de maneira simples: o novo iPad fica no topo do grupo, especialmente por causa das força das melhorias em sua tela. Mas isso não quer dizer que todos os rivais devem abandonar a corrida; só significa que eles precisarão trabalhar mais forte para superar a liderança do iPad.
Para essa comparação, testamos o novo iPad, o anterior iPad 2, e três rivais Android bem-cotados com telas de 10,1 polegadas: o Asus Eee Pad Transformer Prime TF201, o Samsung Galaxy Tab 10.1 (a versão com 4G LTE), e o Toshiba Excite 10 LE.
Todos os modelos Android dessa relação possuem telas com resolução de 1280x800 pixels, o que significa que eles derrotam a proporção de pixels por polegadas do iPad 2, 150 ppi contra 132 ppi. Por outro lado, o novo iPad traz uma impressionante Tela Retina, com 2048x1536 pixels, alcançando nada menos que 264ppi – e, sim, esses pixels fazem diferença. Uma grande diferença.
A Tela Retina é o principal novo recurso da terceira geração do tablet da Apple, e isso é importante, considerando que toda a parte frontal de um tablet é a sua tela. Fizemos torturantes testes com a tela usando centenas de fotografias, e ficamos impressionados em como ele renderizou bem as imagens – uma tarefa que rotineiramente não é realizada com tanta facilidade pela concorrência baseada no sistema Android.
Câmera melhorada do iPad
Vamos admitir: a melhor câmera é sempre aquela que está com você; e se você tem um tablet em mãos, ele tem potencial para ser uma ótima câmera porque a tela grande torna o enquadramento fácil.
A qualidade do sensor de câmera do novo iPad melhorou dramaticamente, ao ponto em que as imagens são realmente utilizáveis. Em nossos testes de câmera para vídeos e fotos, o novo iPad empatou com o Asus Transformer Prime na liderança. Esse resultado é especialmente impressionante quando você considera que o Prime possui um sensor de 8MP, enquanto que o iPad carrega um sensor de 5MP.
De qualquer maneira, a Apple ainda tem muito espaço para melhorar em termos de exposição e ruído no que diz respeito as capacidade de captura do iPad. O vídeo que fizemos casualmente em um corredor adequadamente iluminado ficou com um pouco mais de ruídos do que o ideal, mas o clipe ainda ficou altamente “assistível” - e superior aos vídeos capturados com tablets rivais, com exceção do Prime. (Até o momento, só realizamos testes em locais internos para as fotografias.)
A conexão dos games
O novo iPad foi muito bem nos testes GLBenchmark 2.1.2. Admitidamente, os benchmarks da Synthetic correspondem a apenas uma parte de qualquer equação de desempenho; de qualquer maneira, o GLBenchmark fornece uma maneira útil para medir componentes específicos de desempenho gráfico em diferentes plataformas.
Aqui, o novo iPad, com o seu chip A5X com dois processadores Cortex-A9 e uma engine gráfica quad-core (PowerVR SGX 543MP4), acabou com a concorrência. Em dois dos quatro testes chave do GLBenchmark, o novo iPad virtualmente empatou com o desempenho do anterior iPad 2.
Mas nos dois outros testes o novo iPad foi o claro vencedor, deixando o iPad 2 e os três aparelhos Android literalmente comendo poeira. Como esses tablets rivais com sistema da Google representam uma variedade de hardware e versões de sistema, é difícil isolar a razão pela qual os tablets Android falharam em manter o nível de desempenho igual ao do iPad nos testes. O Toshiba Excite 10 LE usa o chip OMAP 4430, da Texas Instruments, enquanto que o Galaxy Tab 10.1 4G LTE utiliza o Tegra 2, da Nvidia; ambos foram testados com o Android 3.0 Honeycomb. Já o Asus Transformer Prime roda o Tegra 3, também da Nvidia, e a versão mais recente do sistema Android 4.0 Ice Cream Sandwich.
Os games ficaram com um visual melhor no iPad do que no antecessor iPad 2, mas isso não quer dizer muita coisa. E os games cujos gráficos não haviam sido otimizados para o novo iPad não nos impressionaram muito; na verdade, houve uma ponta de decepção ao perceber o fato de que os jogos rodaram apenas um pouco mais rápidos no novo iPad do que no seu modelo anterior.
Mas essa liderança do Tegra 3 deve ter vida curta. Uma vez que os desenvolvedores atualizarem os gráficos em seus games para iPad – e certamente novos updates começarão a aparecer diariamente – a experiência visual de games em alta resolução no iPad de terceira geração vai nivelar o campo de jogo, e talvez a engine gráfica quad-core supere a do Tegra 3.
Navegação na web
O novo iPad se saiu bem nos testes de carregamento Sunspider, apesar de os tablets Android terem atingido uma pequena vantagem nos testes de carregamento de página na web. Esses resultados sozinhos não levarão alguém para perto ou longe do novo iPad, mas eles indicam que, mesmo que o tablet da Apple seja um pacote bem redondo, a companhia ainda possui áreas onde pode melhorar.
É fácil pensar que, por conta da ótima recepção do novo iPad entre os críticos, que o jogo acabou e que os rivais da Apple deviam guardar suas coisas e irem para casa.
Pense novamente.
O que o novo iPad realmente significa é que a concorrência precisa redobrar seus esforços para desafiar o líder do mercado. A Apple claramente estendeu vantagem competitiva com o novo iPad, e ao baixar o preço do iPad 2 em 230 reais no Brasil (e 100 dólares nos EUA), a companhia adotou uma abordagem dupla para manter seu domínio no mercado de tablets.
A Google e as fabricantes de tablets que usam Android possuem um grande desafio a frente. A gigante de buscas precisa levar a sério o fato de resolver o problema de fragmentação do seu ecossistema e as complexidades de desenvolver apps por toda a variedade de diferentes aparelhos que o utilizam. E os fabricantes de hardware precisam redobrar seus esforços não apenas para lançar tablets, mas para fazer algo que replique o apelo de “simplesmente funciona” do iPad.
Enquanto isso, com a eminente chegada dos tablets Windows 8, a Microsoft tem uma grande oportunidade de alcançar algo que a Google não conseguiu no último ano. Mas será mesmo? A já anunciada introdução da companhia do Windows na variável ARM – significando que os tablets Windows 8 usando processadores ARM não terão suporte para o software Windows atual – cria uma bifurcação que pode causar confusão entre os consumidores. De qualquer maneira, a nova interface Metro pode ser um grande ponto positivo, se a Microsoft conseguir deixar seu ecossistema afiado e sempre atualizado de maneira igual e se os fabricantes de aparelhos conseguirem aparecer com tablets diferentes e interessantes a ponto de competirem de igual para igual com os produtos da Apple.
Ninguém sabe como os rivais da Apple se sairão para responder ao desafio imposto pelo novo iPad. Mas será divertido e interessante assistir aos concorrentes do líder do segmento enquanto eles tentam alcançar e ultrapassar esse ótimo tablet.
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